Fazia algum tempo que eu não te via, que a gente não conversava. Confesso que estava com saudades dos seus comentários inesperados, do seu jeito espontâneo e imprevisível de ser, do seu rosto no meu cangote, de tudo. Mas como já disse um sábio, desses que tem o dom de transcrever momentos e sentimentos, a vida vem em ondas como o mar, num indo e vindo infinito. Nossos bons momentos não são constantes e nunca serão. Vamos ser eternamente nômades nas nossas vidas e eu adoro a sensação de renovação que isso passa.
Percebi alguém se aproximando por trás de mim mas não senti a vibração que você sempre me passava e deduzi que não era você. Quando olhei de frente confirmei: realmente não era. Era outra pessoa. Uma pessoa que eu esperava nunca conhecer na vida. Olhos exaustos, aparência de quem não se deu descanço há dias e um ar de tristeza... Nos olhos, uma vontade louca de sair daquele lugar cheio de gente e se esconder por vergonha até de si mesmo. Falou comigo friamente, como se a pele já estivesse congelada o bastante para não sentir mais nada. Quem era essa pessoa tão deprimente? Como você pôde se permitir chegar a esse ponto? Como você foi emagrecer tanto e tão rápido? Você não está bem, dá pra ver nos seus olhos. Esses olhos perderam o brilho e a vontade de ver e viver... Me dói demais perceber que os teus olhos não enxergam mais tão bem e que você só os cega cada vez mais.
É uma tortura ver você desse jeito. E eu não me conformo em saber que não há nada que eu possa fazer para mudar essa situação. A mudança tem que partir de você. Tenho um afeto muito grande por você e perceber que você está praticamente definhando, piorando a cada dia que passa, me deixa numa tristeza enorme.
Por favor, se você ainda tem um pingo de amor próprio, se cuida.
Eu te amo demais pra aguentar te ver nesse estado.
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
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