sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Ne me quitte pas


Não me deixe

Devemos esquecer
Tudo pode ser esquecido
Que já tenha passado
Esquecer os tempos
Dos mal-entendidos
E os tempos perdidos
Tentando saber como
Esquecer as horas
Que as vezes mataram
Com sopros de porque
O coração de felicidade

Não me deixe
Não me deixe
Não me deixe

Eu vou te oferecer
Pérolas de chuva
Que vêm dos países
Onde não chove
Eu vou cavar a terra
Até a minha morte
Para cobrir teu corpo
De ouro e luzes
Eu farei uma terra
Onde o amor será rei
Onde o amor será lei
Onde tu serás rainha

Não me deixe
Não me deixe
Não me deixe

Não me deixe
Eu inventarei
Palavras sem sentido
Que tu compreenderás
Eu te falarei
Sobre os amantes
Que viram duplamente
Seus corações incendiarem-se
Eu te contarei
A história deste rei
Morto por não poder
Te reencontrar

Não me deixe
Não me deixe
Não me deixe

Nós freqüentemente vemos
Renascer o fogo
Do vulcão antigo
Que pensamos estar velho demais
Nos é mostrado
Em terras que foram queimadas
Nascendo mais trigo
Do que no melhor abril
E quando vem a noite
Com um céu flamejante
O vermelho e o negro
Não se casam

Não me deixe
Não me deixe
Não me deixe

Não me deixe
Eu não vou mais chorar
Eu não vou mais falar
Eu me esconderei lá
Para te contemplar
A dançar e sorrir
E para te ouvir
Cantar e então rir
Deixa que eu me torne
A sombra da tua sombra
A sombra da tua mão
A sombra do teu cachorro
Não me deixe

Não me deixe
Não me deixe
Não me deixe



terça-feira, 22 de novembro de 2011

Closer

I would have loved you... forever...

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Na praia

Se você quer mesmo saber 
Por que que ela ficou comigo
Eu digo que não sei
Se ela ainda tem seu endereço
Ou se lembra de você
Confesso que não perguntei

As nossas noites são 
Feito oração na catedral
Não cuidamos do mundo
Um segundo sequer
Que noites de alucinação
Passo dentro daquela mulher
Com outros homens, ela só me diz
Que sempre se exibiu
E até fingiu sentir prazer
Mas nunca soube, antes de mim
Que o amor vai longe assim
Não foi você quem quis saber?


Aquela Mulher - Chico Buarque

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Tempotempotempotempo

Cara, que vontade de não ser mulher nesse momento...

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Finalmente

A vida toda eu esperei por agora
Sentir o teu perfume assim tão de pertinho
Esse teu cheiro que existe só na flora
Naquelas flores que também contém espinhos


A vida toda eu esperei essa glória
Beijar mordendo esses teus lábios de fruta
Boca vermelha cor de amora cor da aurora
Dois cogumelos recheados com açúcar


Já vem de longe esse desejo perene
Suco de kiwi escorrendo lentamente
Não é de hoje que eu preciso conter-me
Chegou a hora vamos ver finalmente




Ney Matogrosso



segunda-feira, 24 de outubro de 2011

I need

A trip
A new tattoo
A brand bikini
A travel book
A new language
A new lipstik
A bob marley song
A whole bottle of red wine 
A new city
A new world

Painting of Fabian Perez

E ai...


Tô com saudade de você
Debaixo do meu cobertor
E te arrancar suspiros
Fazer amor
Tô com saudade de você
Na varanda em noite quente
E o arrepio frio
Que dá na gente
Truque do desejo
Guardo na boca
O gosto do beijo...
Tô com saudade de você
Do nosso banho de chuva
Do calor na minha pele
Da língua tua
Tô com saudade de você
Censurando o meu vestido
As juras de amor
Ao pé do ouvido
Truque do desejo
Guardo na boca
O gosto do beijo...


Eu sinto a falta de você

Me sinto só
E aí...
Será que você volta?
Tudo à minha volta
É triste
E aí...
O amor pode acontecer
De novo prá você
Palpite...
Palpite - Vanessa Rangel


domingo, 23 de outubro de 2011

Paciência

Tudo que vai volta. Cuidado com o que você deseja: pode virar realidade quando você menos esperar.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Samantha tem um blog - Parte 1

Samantha tem um blog. Criou num fim de tarde quando não tinha muita coisa pra fazer. A princípio compartilhava com uma amiga. Uma forma divertida e pouco exposta de buscar a poesia interior. Escreviam uma vez por semana, por mês, por ano. Depois de algum tempo, com a vida se tornando cada vez mais corrida, o blog ficou lá, só lá.
Alguns anos depois, Samantha, inspirada por seus sentimentos resolveu voltar ao teclado do computador e escrever algumas. Menos poesia e mais realidade. Escrevia para ela mesma, no final do dia, a fim de tirar um pouco o peso das costas, colocar em algum local reservado e ir dormir de cabeça vazia. A falta de comentários em suas publicações a deixava de certa forma aliviada, por saber que seu íntimo se mantinha registrado mas reservado.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Lost in translation

"Os dias vão passando, eu me acalento e digo muitas vezes, como um refrão interminável: fique bem. Seja feliz seria demais. (...) Eu não sigo. Fico aqui parada, com as rodas emperradas naquele tempo que não volta. Suspiro e penso: fique bem, Letícia. Só por hoje eu não vou chorar, primeira regra dos recém abandonados. E amanhã? Um dia depois do outro e toda essa estupidez sobre o poder curativo do tempo. O tempo só nos torna mais cínicos. Amanhã não sei, hoje está péssimo. (...)"

Mas ela anda tão ocupada que só se lembra dela mesma à noite, meia hora antes de desmaiar. A dor de cabeça é grande depois de um dia inteiro de afazeres e preocupações, mas é infinitamente menor do que a dor do vazio dentro do peito, a dor de não ter nada pra sentir. Ela lava o rosto, tira a roupa, se embrulha e deixa o peso das pálpebras comandar o resto do corpo. Amanhã quanto mais ocupada ela se mantiver, melhor. E a agenda já está cheia até o final do mês.
Que venham mais dores de cabeça no fim do dia.