quarta-feira, 16 de março de 2011

Filosofando...

Tenho sido uma pessoa má. Assumo. Ou será que tenho me sentido mal? Nem sei dizer. Já tenho comprovado por experiência própria de que esses maus pensamentos, se não controlados devidamente, me atingem de forma extremamente forte me tirando o que eu pensei que nunca pudesse perder: o apetite. Quando penso em comer sinto um nó no estômago e um desânimo fora do normal. Mas ouvi outro dia que devemos praticar o exercício diário de filtrar nossos pensamentos pra nossa cabeça funcionar bem e nossa vida se tornar equilibrada e promissora. Consequentemente seremos mais felizes. Ou teremos mais momentos de felicidade, dependendo da concepção de felicidade de cada um. Como tenho me sentido mal, no momento imagino que ainda não existiu nenhum momento de felicidade na minha vida e que ela será conquistada num dia de sol florido daqui a dez anos ou daqui a dez dias, não sei dizer (a primeira alternativa me parece mais provável). Tentei adquirir uma disciplina em relação a esse exercício. Eliminar os maus pensamentos e só deixar os bons pensamentos na cabeça. Até que estava dando certo, levando em consideração que eu comecei a por em prática há dois dias. Acontece que eu não contava com as jogadas do destino, do acaso, da mão de Deus ou simplesmente de uma infeliz coincidência. Os pensamentos ruins aparecem na minha frente, personificados, como se fosse um jogo infeliz de masoquismo praticado por quem comanda as coisas aqui na Terra, se é que existe esse alguém. Posso estar sendo punida por ser tão desrente em entes imateriais. Até coloquei uma Virgem Maria na minha mesa, pensei crer em São Jorge devido ao Jorge Ben e já fui muito crente em anjos. Mas meus pensamentos andam (acho que posso dizer que eles já "são") tão realistas/pessimistas que minha crença em seres tão incondicionalmente bons foi por água abaixo. Logo no dia seguinte de "exercício" da minha mais nova filosofia adotada me aparece via internet um ser surgido das cinzas, uma hora da manhã. Meu coração começou a doer, ou, na linguagem mais concreta já que ando tão descrente do abstrato, senti uma carga de adrenalina muito forte que fez meu coração palpitar de forma tão acelerada que me fez sentir dor no peito. Meu coração literalmente "pulou". Fiquei inerte, como exige minha filosofia. Fui dormir desnorteada. Dia seguinte, hoje. Outro ser que já deveria ter passado dessa pra melhor na minha vida aparece na minha frente. Fiquei inerte mais uma vez e mais uma vez meu coração teimou em não obedecer o comando do lado consciente do meu cérebro. Tenho tentado ser uma boa pessoa, juro. Ao escrever "juro" me senti tentando me convencer de que estava mentindo. Mas não estou. Sou uma pessoa melhor do que há dois dias atrás e pretendo melhorar a cada dia que passar, gradativamente. Mas por que tenho que me deparar com situações tão desagradáveis? Parece até uma forma de punição por tudo de ruim que eu já fiz (ou por ter me sentido tão mal) nos últimos tempos. Mas se eu estou realmente sendo punida quem será o juíz que está decidindo isso? Se eu partir do pressuposto de que não existe juíz e que minha vida (e os pensamentos que fluem na minha cabeça) quem decide sou eu, me dou conta de que essas palpitações desnecessárias do meu teimoso coração são fruto da minha falta de prática com minha mais nova filosofia. E só de escrever já posso tirar as dúvidas (e as dores) que tanto me aflingiam há pouco menos de vinte minutos atrás.

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