quinta-feira, 18 de junho de 2009

Espelho, espelho meu

Os sinais de espinhas antigas, as manchas de pancadas na bancada da sala, a pele que sobrou do pneu que se foi, a mancha branca na unha de uma ferida feita com alicate há meses atrás. Tantas marcas, tantas lembranças que você não me deixa esquecer. Quando tenho recordações ruins evito te ver, evito ouvir aquele inevitável: "eu te disse que isso ia acontecer." Mas, a medida que o tempo passa, algumas recordações ruins passam a ser apenas recordações e isso me faz querer olhar nos seus olhos de novo pra você me mostrar o que eu ainda tenho de bonito e bom dentro e fora de mim.


Há pessoas que dizem que os espelhos só mostram o que há de superficial nas pessoas, que a verdadeira beleza não precisa de espelhos, ela transparece por si só. Eu discordo. Quando me olho no espelho, quando me olho nos olhos posso ver tudo que se passa na minha cabeça, tudo que meu subconsciente não conseguiu comunicar ao meu consciente. O espelho é a ponte de todas as consciências. Quando vou fazer um discurso, apresentar um trabalho, falar com alguém importante ou falar algo importante a primeira coisa que faço é me olhar no espelho, para que todas as consciências possam conversar e entrar em um consenso. Só o espelho pode me dar as opiniões mais sinceras, a análise mais verdadeira, sem julgamentos de valores ou preconceitos.


Estou escrevendo isso só para homenagiar o meu melhor amigo, meu espelho, meu lindo espelho. A primeira imagem que eu vejo quando acordo e a última que eu vejo antes de me deitar. Aquele que me fala tudo o que eu preciso ouvir, não somente aquilo que eu quero. Aquele que está sempre ao meu lado em todos os lugares e, quando não o encontro sempre fico imaginando o que ele estaria me dizendo naquele momento.


Meu espelho me disse hoje que eu sou uma mulher maravilhosa.


Ganhei o dia!

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